Chega segunda-feira e eu vou voltando ao ritmo normal de trabalho. De meio-dia recebo uma mensagem do Ke. - Meu voo sai ás 3 da madrugada. Então pode passar aqui em casa depois do trabalho gatinha? Respondo já com saudades e um aperto no coração. - Esta bem. Vou levar um presentinho para você. Bjos O tempo parece voar. Chego na cada dele de táxi. Ele estava de malas prontas. Eu recebo um lindo ramalhete de rosas vermelhas junto com um lindo sorriso brilhante. Ele me entrega e diz ao meu ouvido me abraçando apertado, como se fosse a última vez: - Meu coração fica aqui com você. Eu só posso responder com um abraço bem apertado e soltar algumas lágrimas. - Ke....volte logo. Sei que é seu trabalho..mas já estou com saudades e ...L.A não é a mesma sem você. Eu me preciso me alimentar de você e pelo quanto te amo....você sabe...eu preciso de você pra ficar de pé. Ele ouve tudo com o rosto em meu peito sentado num banquinho na cozinha. Me aperta mais, me cheira, me beija e começa me acariciando como quem estivesse com fome de mim. - Eu vou fazer o possível pra voltar em uns 15 dias. Entre beijos e abraços e declarações de amor e saudade fomos párar no quarto, tirando as roupas pelo caminho. Ele na porta do quarto coloca suas mãos frias em meu rosto me olha profundamente nos olhos e me diz algo com o olhar, mas silenciado entre nossos beijos. No momento lembramos o sabor do corpo de cada um. No fim nos deitamos agarradinhos um ao outro. - Esta na hora, preciso ir. Não me entenda mal, mas acho melhor você não ir ao aeroporto. Esse horário é o preferido por nós (atores) e também dos parasitas (fotógrafos). Ele coça a cabeça um tanto revoltado. Ele me pega pela cintura e me joga pra cima. Eu enrolo minhas pernas em sua cintura e rodopiamos pelo quarto todo, uma tentativa dele para me fazer rir. - Eu te amo Ke. Digo olhando seus olhos também tristes de estar indo, mas decidido a fazer seu trabalho. Ele enche os lindos olhos puxados de água e me beija carinhosamente a boca, testa, bochecha, nariz e queixo. - Não se esqueça de mim. Ele fala me descendo e me pegando pela mão e na outra uma mala, saindo de casa em direção ao táxi que já o aguarda. Antes o táxi me deixa em casa. E aos prantos eu digo para ele se cuidar. Entrego à ele um cartão com uma foto nossa em minha cama. Esse era o presente e dizia abaixo da foto: - Você é e sempre será a melhor coisa que já me aconteceu. A melhor. Ele me abraça e beija meus cabelos e diz que é melhor ele ir. Desço do carro vendo ele enxugar as lágrimas. 3 dias depois recebo um email dele dizendo que esta tudo indo muito bem, mas num ritmo muito acelerado e que seu corpo já não o ajuda mais. Eu respondo em letras grandes: .....Quando me tratas mau e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim, fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde estou enfermo; Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício, Pois o que ganhas duas vezes ganho. Assim é o meu amor e a ti o reporto: Por ti todas as culpas eu suporto. William Shakespeare Ke..tu és meu grande bem. ...... Nesta mesma madrugada acordo com meu celular ao lado da cama tocando insistentemente. Atendo. - Alô! - Alô. Sra. Cris Schell?? - Sim. Quem fala? - Desculpe incomodá-la é que a Sra. Parkens nos deu seu celular para avisar que a criança nasceu. Eu fico em choque por uns instantes e automaticamente respondo: - Em qual hospital? Ela me passa as informações. Eu me arrumo e chego lá em 45 minutos. A enfermeira Karen pergunta algumas coisas antes de me levar ver o bebê. Respondo toas com um certo desconforto. - O que a Sra. é da sra. Tery?? - Nada. - Como nada. - Bom....é que eu sou a noiva do pai do filho dela. Só isso. E nem sei porque ela me ligou. - Entendo. Tery disse que você era a única que poderia avisar o pai da criança, no caso o Sr. Reeves. - Ah, claro. A mãe e a irmã do meu noivo estão viajando de férias na Austrália. Karen pede que eu a acompanhe ao berçário. Eu estou nervosa, agitada e suando frio. Um tanto triste por não ser eu que estava ali, por o filho não ser meu, enfim....por ela ter dado isso a ele e eu ainda não. E o que isso nos custaria?? A enfermeira me mostra o lindo bebê. É um menino forte e lindo. A cara do Ke, principalmente os olhos. Coloco a mão no vidro da maternidade e abro um sorriso de felicidade com o pensamento de que Keanu iria ficar tão feliz. Em seguida Karen me leva ao quarto de Tery. Eu chego com um pequeno vaso de flores e um ursinho em meu nome e do Ke. Ela parecia estar dormindo. Entram com o lindo menininho "deles". O colocam num berçinho azul ao lado da cama dela. Eu instintivamente vou devagar em direção à ele. Lhe digo um Oi baixinho e vou tentar tocá-lo na pequenina mãozinha quando escuto: - Não toque nele. Tery fala. - Desculpe. Só queria dar um Oi para ele. Ele é lindo. Com um sorriso constrangido. - Sim. É meu filho e de Keanu.Ela se senta na cama e me olha com cara de que eu estava atrapalhando. - Você não vai estragar tudo entre nossa família. Keanu é meu e do meu filho. Eu deixo a raiva tomar conta do meu coração e das minhas palavras e respondo à altura: - Se você não tivesse acabado de ter um filho eu arrancaria todo o seu cabelo. Não pense que vai ser fácil tirá-lo de mim. Saio do quarto as lágrimas de tanta raiva e desespero. Quando chego ao estacionamento respiro e ligo para o Ke. Ele não atende. Deixo uma mensagem. - Parabéns meu amor. Você é papai de um lindo menino. Penso em dizer mais aluma coisa, mas acabo desligando após dizer somente isso. Volto para casa e durmo depois de tomar um chá quente. Já no trabalho recebo uma ligação feliz do meu olhos puxados preferido. Ele diz todo empolgado nem acreditando e rindo muito. - Eu sou pai, sou pai mesmo!!!! O entusiasmo dele é tão grande...tão irressistível. Ele me dá uma boa notícia dizendo que ele estava no aeroporto vindo para casa. E chegaria de manhã cedinho. - Você pode ir me buscar? Ele fala com uma voz baixinha de dengo. - Lógico meu amor. Que horas? Combinamos tudo. No resto do dia eu não podia deixar de sentir aquela sensação gostosa demais de borboletas no estômago que surge quando a gente esta com saudades e esta prestes a ver a pessoa que a gente ama.
Sugestão de música: Meninas eu escuto rádio e um dia estava trocando de frequência quando ouvi uma das pouquíssiiiiiiimmmmas músicas sertanejas que eu acho bonita. Não curto esse tipo de estilo, mas a letra desta música eu tive que procurar na net e baixar. Cabe bem ao amor da Cris e do Ke na história de hoje.