Ele levemente me puxa até ficarmos em frente a sua cama, então tira meus sapatos, desabotoa minha blusa e abre o botão da minha calça quando eu de repente o paro.

-O que foi?

-Desculpe... Eu não consigo.

-O quê?

-Eu... Você... Desculpe é melhor eu ir embora.

-Mas por que, me diz?

-Não é você sou eu, eu não consigo ser do tipo de mulher com quem você está acostumado a se relacionar. Eu não sei fazer isso sem me envolver... Desculpe.

-Espera. - ele pega em meu braço.

-Por que está fugindo?                                  

-Não...

-Desde que conversamos no avião senti como se estivesse evitando algo... Sinto algo em você que a impede de ser quem você realmente é então me diga se estou errado?

-Sou muito complicada é melhor pararmos por aqui...

-Responda.

-Eu...

-O que pode ter acontecido de tão grave que a faz agir assim?

-Olha... Você é um homem sedutor, charmoso, engraçado, curte a vida de uma forma totalmente diferente da minha, não quero me arriscar nessa aventura, já me machuquei demais... Não que ache que algo mais sério aconteça, não é isso. É que não estou a fim de me envolver com alguém somente por sexo, sei que pode soar meio idiota e antiquado, mas não do tipo de pessoa que leva a vida dessa forma não vejo as coisas desse jeito.

-Então está me dizendo que não quer ia sexo?

-Não é só sexo, é mais do que isso.

-Isso é surreal. Acredita mesmo que exista algo assim?

-Já vivi algo assim.

-E o que aconteceu? O príncipe virou sapo?

-Ele morreu...

O silêncio nos envolve e rapidamente pego minhas coisas e vou até o carro colocando tudo no porta-malas. Ele vem correndo e diz:

-Ana me desculpe... Eu não fazia idéia... Desculpe. - ele pega em meu braço quando estou prestes a entrar no carro.

-Desculpas são desculpas.

Me solto e entro no carro indo embora... No meio do caminho paro o carro num lugar quase deserto e recosto a cabeça no volante e choro...

No dia seguinte abro a porta de casa indo para o trabalho e vejo vários tipos de flores. Olho tudo aquilo e vejo o porteiro trazendo mais um vaso de tulipas vermelhas.

-O que é tudo isso?

-São para a senhorita, começou a chegar hoje bem cedo.

-Quem as mandou?

-Não disseram e nem sequer há um bilhete em todas elas.

-Poderia me fazer um favor?

-Claro.

-Poderia se livrar de todas elas para mim?

-Mas são tão lindas?

-Eu sei, mas não as quero.

Dei-lhe a idéia de levá-las até o terraço, pois havia um dos vizinhos que era paisagista e estava com um projeto para fazer jardim ele saberia o que fazer com tudo aquilo.

Fui para o trabalho pensando... Foi ele.

Chego e vejo um buquê de rosas na mão da Myriam que vem rápido para me entregar.

-Bom dia! São para você.

-Bom dia! Sabe quem as mandou?

-Não, nem sequer um cartão.

-Tudo bem, então pode jogá-las no lixo, por favor?

-Mas são tão lindas.

-Pode ficar não me importo.

-Obrigada.

-Tudo bem, vou para o estúdio.

Trabalho o dia inteiro, escolhemos as melhores fotos, ajeitamos outras e eu irritada por ter que olhar aqueles olhos puxados o dia todo...